Carros roubados por quadrilha eram trocados por drogas, armas e munições, diz polícia

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A maior parte dos carros furtados e roubados pela quadrilha desmantelada na operação Ares Vermelhos, coordenada pela Polícia Civil de Mato Grosso, era levada para a Bolívia ou Paraguai e trocada por drogas, armas e munições, segundo as investigações. A operação foi deflagrada na quinta-feira (17) em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia.

Nos quatro estados, a polícia cumpriu 45 mandados de prisão e prendeu outras seis pessoas em flagrante. Segundo a Polícia Civil, os crimes eram cometidos a mando de quatro líderes da quadrilha, que estão presos e devem responder por outros crimes. Outros 37 ladrões que agiam nas ruas também foram para a cadeia.

De acordo com o delegado Vitor Hugo Bruzulato, que participou da operação, na Bolívia, os criminosos trocavam os veículos por pasta-base de cocaína. No Paraguai, a troca ocorria por maconha. “Alguns veículos foram trocados por armas e munições”, disse.

Em um grupo criado pelos criminosos em um aplicativo de troca de mensagens pelo celular, chamado “Marreta Progresso 157”, um dos integrantes chega a afirmar que uma caminhonete, no Paraguai, podia ser trocada por uma tonelada de maconha.

A quadrilha tinha, inclusive, um plano para não chamar a atenção da Polícia Rodoviária Federal. Em um áudio enviado no grupo, um dos criminosos diz para eles roubarem uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porque “ninguém para uma viatura do Samu”.

O criador do grupo é Luciano Mariano da Silva, que tem o apelido de “Marreta”. Condenado a 56 anos por tráfico e roubo, ele está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), no Bairro pascoal Ramos, em Cuiabá.

De dentro do maior presídio de Mato Grosso, ele trocava mensagens e mandava fotos aos comparsas, fazendo poses. Segundo a polícia, ele também controlava os crimes praticados no estado pela principal quadrilha do Rio de Janeiro, tendo, inclusive, criado uma “poupança do crime”.

Marreta chegou a escrever no grupo que “todas as colaborações serão aplicadas em drogas, armas e outros itens para o nosso desenvolvimento”. “Montamos uma caixinha, entendeu? O que aquele criminoso, aquela criminosa sentir, entendeu? É um dinheiro em prol de nós mesmos”, diz ele, em um áudio enviado no grupo.

Policial infiltrado

Por aplicativo, os criminosos que estavam nas ruas mandavam fotos e vídeos dos carros que pretendiam furtar ou roubar. No grupo, eles também eram cobrados quando demoravam para concluir o “serviço” para a quadrilha.

O grupo coordenado por “Marreta” chegou a ter 48 participantes, de quatro estados. Quinze deles falavam de dentro das prisões. Porém, um deles era um policial civil de Mato Grosso, infiltrado no grupo com autorização da Justiça.

Ele se passou por bandido da quadrilha carioca e conseguiu permanecer quatro meses infiltrado, período em que registrou todos os crimes cometidos pela organização. A investigação foi uma “ação controlada”, segundo o delegado Marcelo Martins Torhacs. O policial sabia dos roubos, mas o objetivo era identificar a quadrilha inteira.

 

“Conseguimos ver a divisão de tarefas. Quem são os líderes, os gerentes, os contadores, os soldados do crime”, disse o delegado.

 

Acesso à internet e telefone

Com capacidade para 860 presos, a Penitenciária Central de Mato Grosso está superlotada com 2.061 detentos. Segundo a polícia, quem manda no presídio são os bandidos da quadrilha carioca, que tinham até um mini-mercado à disposição para fazer compras a qualquer hora, dentro da cadeia.

Um dos líderes da quadrilha, “Marreta” inclusive tirou fotos do mercadinho, que tinha freezer, refrigerante, material de limpeza e até mesmo tênis novos à venda. Um outro preso chegou a afirmar a polícia que era o dono do comércio, tem R$ 6 mil em mercadorias e comprava os produtos dos agentes penitenciários.

Outro lado

Ao Fantástico, a Secretaria Estadual de Justiça de Mato Grosso disse que faz revistas rotineiras nos presídios e que está investindo R$ 2,5 milhões na compra de um equipamento que faz o bloqueio imediato de celulares nas penitenciárias. Quanto ao mini-mercado, a Sejudh afirmou que ele “não é administrado pelos presidiários” e “que está inclusive regulamentando o comércio em parceria com Poder Judiciário”.

Fonte: G1

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