Mato Grosso utiliza apenas 10% de seu território na produção agrícola, afirma consultor na COP26

Crédito: Divulgação

Responsável pela produção de 30% da soja colhida no Brasil, Mato Grosso utiliza apenas 10% de seu território para o cultivo da oleaginosa.

A afirmação foi feita pelo consultor técnico e presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Arioli, durante a palestra Mato Grosso Sustentável, apresentada no Pavilhão Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia.

Ao defender as vantagens do sistema de plantio direto e o uso intensivo do solo, com a integração lavoura e pecuária, o consultor afirmou que o aumento da produção está intrinsicamente ligado à mudança comportamental do setor produtivo que, segundo ele, é a classe mais preocupada com a preservação ambiental.

“O aumento da produtividade reflete diretamente na preservação das florestas. Minha família não possuí US$ 1,5 milhão em bens particulares, mas orgulhosamente temos esse valor investido em uma reserva de preservação ambiental que fica dentro da nossa propriedade. São 570 hectares de floresta praticamente intactos e permanentemente sob nossos cuidados”, pontua o consultor que também é sócio-proprietário da Agropecuária Novo Campo, localizada no município de Campo Novo do Parecis.

Conforme um levantamento divulgado, em 2018, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os produtores brasileiros já investiram mais de R$ 2,8 trilhões em áreas de preservação ambiental em propriedades privadas.

O estudou revelou, ainda, que o sistema de plantio direto foi responsável pela redução do uso de aproximadamente 800 bilhões de litros de combustível nas propriedades rurais.

“No início da década de 90 nossa média de produção era de 3.780 kg por hectare. Hoje colhemos 10 toneladas de grãos na mesma área de terra. Também produzimos 180 kg de carne bovina por hectare, isso num curto espaço de tempo que vai de julho a outubro, no intervalo do plantio da soja”, explicou Ricardo Arioli ao afirmar que o estado destina em torno de 5,4 milhões de hectares para a produção de milho safrinha.

Ao avaliar a legislação ambiental vigente, que define 35% da área de propriedade privada como reserva legal (cerrado) e 80% no caso do bioma amazônico, Arioli afirmou que o Brasil segue na vanguarda das ações que visam o combate de desmatamento ilegal.

“Em outros países não existe essa exigência de uma reserva legal dentro da propriedade privada. Aliás, muitos países exigem de nós o que eles não fazem em relação a preservação ambiental. Nós, sim, somos um exemplo mundial de sustentabilidade”, concluiu.

Em posicionando semelhante, o presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Paulo Sérgio Aguiar, detalhou os avanços obtidos pela entidade desde 2010, quando passou a integrar o programa de certificação Better Cotton Initiative – responsável por definir critérios mínimos para a produção de algodão. Atualmente apenas 24 países produzem plumas com essas especificações.

“Esse sistema deu a oportunidade de o Brasil colocar um produto diferenciado no mercado. Um produto com chancela de produção com sustentabilidade, tanto na parte social quanto na parte ambiental e econômica”, enfatiza Paulo Sérgio.

Já em 2012, atenta as exigências do mercado consumidor, a Ampa fundou o Instituto Algodão Social, entidade responsável por orientar produtores rurais quanto ao cumprimento da legislação trabalhistas e a implantação das normas de segurança do trabalho nas propriedades rurais conveniadas.

“Essas iniciativas, entre outras, possibilitaram a criação do certificado Algodão Brasileiro (ABR) ao qual estão descritos 230 requisitos que precisam ser cumpridos pelos produtores interessados”, avaliou. “Cerca de 38% do algodão BCI disponível no mundo vem das lavouras brasileiras. Somos um case de sucesso nos quesitos produtividade e sustentabilidade”, complementou.

Para o deputado estadual Xuxu Dal Molin (PSC), que participou da palestra, o país conseguiu desconstruir uma imagem repassada erroneamente pela imprensa internacional.

“O governo federal foi muito sábio ao distribuir o uso do Pavilhão Brasil. Aqui os visitantes podem conhecer a verdade sobre nossa produção agrícola, as ações desenvolvidas por entidades do setor produtivo, estados e municípios em prol da preservação ambiental e da sustentabilidade. O Brasil tem uma missão divina de produzir alimentos e, estamos demonstrando para o mundo que fazemos isso em consonância com o meio ambiente”, esclarece o parlamentar mato-grossense.

Fonte: Assessoria Deputado Xuxu Dalmolin

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