Professor de MT é demitido após exibir filme considerado “pornô”

Crédito: Chico Ferreira

Professor Adenilson Batista de Souza Ávila, que leciona Sociologia em Juara, foi demitido no final de outubro, após exibir o filme “A Guerra do Fogo” em sala de aula para alunos do 1º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual João Evaristo Curvo. Acontece que os pais consideraram o filme – que aborda história e sociologia – “pornográfico”.

Para o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), o secretário de Educação, Alan Porto, demostra desconhecimento no processo pedagógico e cerceou a liberdade de cátedra, que dá autonomia aos profissionais da educação para conduzir as atividades de ensino.

“A escolha do filme foi embasada em sua riqueza histórica e antropológica, abordando a conexão humana com o ambiente, sua evolução ao longo do tempo e transformações culturais em nossa relação com a natureza”, diz trecho da nota do Sintep, que destacou ainda que o longa aborda a luta pela sobrevivência, domínio do fogo, comunicação e sacralização, além da relação com as outras espécies.

A classificação etária do filme é para maiores de 14 anos, com isso, o Sintep reforçou que o longa é adequado para os estudantes do Ensino Médio, alertando que não existe proibição no currículo escolar para utilização de filmes como ferramenta para suscitar debates.

“A história já nos ensinou que negar o conhecimento e a ciência legou a tragédias, como na Idade Média e mais recentemente, no genocídio ao qual os judeus foram submetidos devido à crença de uma suposta supremacia de raça”.

Por fim, o sindicado repudia a demissão do profissional, alegando ainda que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) não observou o direito à ampla defesa e ao contraditório, demitindo o profissional “baseada em informações de vereadores e indivíduos que não entendem o contexto pedagógico”.

“A decisão da Seduc e do Secretário Engenheiro Alan Porto, além de afetar a imagem profissional do professor, associou-o injustamente à figura de um educador imprudente que exibiria conteúdos pornográficos a jovens, cuja classificação etária é de 14 anos, negando a ciência e alinhando-se àqueles que acreditam que a Terra é plana. A instituição de ensino do Estado tem o papel de promover o pensamento crítico e não pode permitir a perpetuação de ideias obscurantistas”, finalizou o Sintep.

Reportagem entrou em contato com a Seduc, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

Autor: Gazeta Digital

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