As pessoas que usam cigarro eletrônico regularmente correm quase duas vezes mais risco de sofrer um infarto em comparação com as não fumantes, segundo mostra um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), divulgado na quinta-feira (8/02). Aproximadamente 3 milhões de brasileiros usam dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) regularmente.
Os aparelhos, conhecidos como “pods” ou “vapes”, ganharam popularidade especialmente entre os jovens. “O consumo regular aumenta em 1,79 vez a probabilidade de infarto do miocárdio”, afirmou a SBC, em nota divulgada à imprensa.
Mesmo que a venda e a comercialização desses produtos sejam proibidas no Brasil desde 2009, os dispositivos são encontrados facilmente no mercado paralelo. Ao usar cigarros eletrônicos, os consumidores estão expostos a quantidades desconhecidas de componentes químicos, como nicotina, metais pesados, aromatizantes e propilenoglicol.
Entre os problemas de saúde que podem surgir desse hábito, está a aterosclerose. A doença inflamatória crônica é a principal responsável pelo desenvolvimento de infartos e acidente vascular cerebral (AVC). Ela tem sintomas muito sutis e se desenvolve silenciosamente.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Anvisa abriu, em 2023, uma consulta pública sobre cigarros eletrônicos no Brasil. A população tem até esta sexta-feira (9/2) para opinar sobre o texto que proíbe a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar. Após o término do período, a agência vai avaliar e divulgar as contribuições da consulta.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destaca que estudos já demonstraram que o custo para tratar diversas doenças crônicas decorrentes do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS) somou R$ 23,37 bilhões em 2011, valor equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e quatro vezes o montante dos impostos federais arrecadados do setor tabaco naquele ano.