Com o compromisso de demonstrar que o agro brasileiro pode crescer preservando o meio ambiente, um levantamento inédito da Serasa Experian revelou que 90,7% das áreas de soja monitoradas na Amazônia Legal e no Cerrado estão em conformidade socioambiental, sem qualquer sobreposição com desmatamentos recentes.
Com base em mais de 111 mil registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o estudo analisou 74 milhões de hectares, uma área superior ao território do Chile. Para Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, os resultados comprovam que a soja brasileira tem avançado com sustentabilidade. Segundo ele, a maior parte dessa produção cresce dentro de áreas já consolidadas, sem pressionar novos territórios ou causar desmatamento, mostrando que o agro pode aliar expansão, produtividade, eficiência e conservação.
A análise foi elaborada por meio do Smart ESG, solução da datatech que monitora diariamente propriedades rurais com uso de dados públicos, informações proprietárias e imagens de satélite. O levantamento também considerou o PRODES, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), utilizando 31 de julho de 2019 como data de corte para identificar possíveis novas aberturas de áreas.
Recorte estadual
O estudo avaliou Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, principais produtores de grãos do país, e registrou um cenário amplamente positivo. No cruzamento entre Amazônia Legal e Cerrado, o Centro-Oeste demonstra maturidade na expansão agrícola, com avanço do plantio sem necessidade de novas áreas desmatadas. Foram mapeados 42 milhões de hectares em Mato Grosso, 19 milhões no Mato Grosso do Sul e 13 milhões em Goiás.
Amazônia Legal
Na Amazônia Legal, representada pelo estado do Mato Grosso, 90,84% das áreas de soja estão em conformidade socioambiental desde 2019. Apenas 9,16% apresentam indícios de desmatamento, parcela que pode incluir áreas com Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), o que sugere uma conformidade real ainda maior.
Marcelo Pimenta reforça que a centralização e o controle das ASVs pelos órgãos ambientais é essencial para reduzir incertezas sobre os números de desmatamento. Para Jeysa Meneses, gerente de soluções agro da Serasa Experian, os dados confirmam que a produção está consolidada em áreas já abertas, sem pressionar novas fronteiras agrícolas.
Cerrado
No Cerrado, bioma que concentra forte expansão agrícola, 88,6% das áreas monitoradas estão em conformidade ambiental. Os índices por estado são: Mato Grosso com 91,9%, Mato Grosso do Sul com 90,3% e Goiás com 82,9%. Apenas 11,4% das áreas apresentam corte raso após 2019, demonstrando equilíbrio entre expansão agrícola e conservação. Jeysa Meneses destaca que os resultados evidenciam uma intensificação sustentável da produção, com uso eficiente da terra.
Smart ESG
A Serasa Experian, que atua há mais de cinco anos na democratização do acesso ao crédito e à informação para o agronegócio, reforça sua atuação como datatech ao combinar dados precisos com tecnologia. O Smart ESG monitora diariamente quase 80 milhões de hectares nos três estados analisados, identificando padrões de uso do solo e indicadores de conformidade ambiental.
A divulgação do estudo ocorre às vésperas da COP30 e reforça o papel da inteligência de dados na garantia de conformidade com padrões internacionais, como o EUDR, além de apoiar o acesso ao crédito rural sustentável. Pimenta afirma que a empresa busca ampliar essa expertise para apoiar produtores, cooperativas e instituições na construção de uma agenda sólida e sustentável.
Metodologia
O levantamento considerou imóveis rurais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás inscritos no CAR e verificou se houve desmatamento, de acordo com o PRODES, após 31 de julho de 2019. Os índices apresentados refletem o desempenho socioambiental nesse recorte específico e não representam o desmatamento total dos biomas.