O mundo precisará de um Brasil em novas terras agricultáveis até o fim da década para garantir o abastecimento de alimentos e combustíveis renováveis. Em números absolutos, significa entre 70 milhões e 80 milhões de hectares, disse Nelson Ferreira, sócio sênior da Mckinsey, durante Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
A empresa desenhou três cenários diferentes para chegar a este número. No mais favorável, apenas 30 milhões de hectares seriam necessários para o crescimento da produção para atender a demanda; no pior, 100 milhões de hectares. “A diferença depende de quantos extremos climáticos teremos até o fim da terra e com que intensidade”, disse o exectivo.
A pesquisa fez um levantamento do número de terras agricultáveis desde 1930, que mostrou que o mundo tem conseguido expandir as lavouras mas, no passado, isso acontecia em cima de florestas e agora é preciso mudar. “O mundo, não só o Brasil, tem que acelerar a recuperação de 100 milhões de hectares em áreas degradadas. A nossa sorte é que o Brasil está na vanguarda dessa iniciativa.”
“A revolução que aconteceu no Cerrado há algumas décadas, com recuperação de terras, precisará se expandir e precisamos mostrar isso ao mundo”, completou Ferreira.
Outras tecnologias de campo que o Brasil é protagonista e precisa mostrar ao mundo são a implementação de culturas energéticas, plantio direto, rotação de culturas, expansão do uso de bioinsumos, bioestimulantes e biofertilizantes. “Outros países têm incentivado agora o plantio direto como forma de monetizar créditos de carbono. Usamos essa técnica há tempos que não conseguimos nem criar metas para avançar e monetizar isso.”
A pesquisa da Mckinsey não foi fornecida inteiramente no Congresso.