A 456ª sessão da Câmara de Vereadores de Itanhangá, realizada na noite de ontem, foi marcada por importantes discussões voltadas à melhoria da qualidade de vida da população. Entre os destaques, estiveram os constantes problemas relacionados ao fornecimento de energia elétrica no município e a necessidade de ações mais eficazes no enfrentamento à violência contra a mulher.
O vereador Genivaldo Malheiros (PSB) utilizou a tribuna para convocar os moradores a participarem da reunião pública sobre energia elétrica, marcada para o dia 11 de setembro, às 19:30 hs, nas dependências da Câmara Municipal. A iniciativa tem como objetivo ouvir diretamente da população os relatos sobre a má qualidade dos serviços prestados pela Energisa, empresa concessionária responsável pelo fornecimento de energia em Itanhangá.
Segundo o vereador, serão feitas reivindicações importantes, como a instalação de uma subestação de energia no município, além de outras medidas para melhorar a distribuição e evitar as frequentes quedas e oscilações que vêm prejudicando os moradores e comerciantes locais. “A presença da comunidade é fundamental para fortalecer esse pedido e mostrar à empresa e às autoridades que a população exige uma solução definitiva”, destacou Genivaldo.
Outro tema que gerou grande repercussão foi a fala da assistente social Kathrin Trizzi, que ocupou a tribuna para cobrar o pagamento do adicional de insalubridade a profissionais da rede pública municipal, como auxiliares de serviços gerais, merendeiras e auxiliares de cozinha. Segundo Kathrin, esses trabalhadores estão diariamente expostos a agentes físicos, biológicos e químicos, o que justificaria a concessão do benefício.
Ela explicou que um laudo técnico elaborado pela Prefeitura apontou que as condições térmicas nos locais de trabalho estariam dentro dos limites estabelecidos pela Norma Regulamentadora nº 05, que define a temperatura máxima tolerável em 27,5°C. No entanto, profissionais da área, vereadores e professores contestam o resultado e que os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) não são trocados com a frequência necessária, comprometendo a saúde dos servidores.
Kathrin, que também atua como assessora parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado Mato Grosso, trouxe dados alarmantes sobre a violência contra a mulher em Itanhangá e no município vizinho, Tapurah. Juntas, as duas cidades somam pouco mais de 23 mil habitantes, mas já contabilizaram, entre 1º de janeiro de 2024 e 16 de maio de 2025, 62 inquéritos por violência, 112 casos de violência doméstica e 112 medidas protetivas emitidas.
Diante desses números, o vereador Marcel (MDB) propôs a criação da Procuradoria Especial da Mulher, órgão que teria a missão de acompanhar, fiscalizar e propor políticas públicas voltadas à proteção dos direitos das mulheres. Já a vereadora Deise (PL), apresentou um projeto de lei que propõe a criação de um dia oficial de combate à violência contra a mulher e ao feminicídio no município, com o objetivo de ampliar a conscientização e mobilização da sociedade em torno do tema.
Ambas as propostas devem ser debatidas e votadas nas próximas sessões legislativas.
A Câmara reforça a importância da participação popular, tanto na reunião pública sobre os problemas de energia, quanto nos debates sobre os projetos que tratam da violência contra a mulher. Esses temas impactam diretamente a vida de todos os itanhangaenses e exigem o engajamento de toda a sociedade para que mudanças concretas aconteçam.