Fábio Marre Félix, 34 anos, foragido por feminicídio, acusado de atear combustível à companheira Regina Fortunato Quirino Araújo, 34 anos, em Ipiranga Norte, morreu em confronto com a Polícia Militar, ontem à noite, em Matupá. O crime ocorreu em setembro do ano passado, a vítima foi transferida para o hospital municipal de Cuiabá e não resistiu.
Segundo o boletim de ocorrência, a equipe da Polícia Militar foi acionada após denúncia de que o suspeito estaria escondido em uma residência na zona rural de Matupá. A guarnição, ao se deslocar para o local, recebeu novas informações de que o suspeito estava nas proximidades da casa.
Ao chegar, os policiais informaram que tentaram verbalizar com o acusado, ordenando que ele saísse com as mãos na cabeça. No entanto, segundo os policiais, a ordem não foi acatada. Ao adentrar a residência, os militares encontraram o foragido armado com um facão e com um volume aparente na cintura. Diante da situação, e após nova ordem para que o suspeito soltasse a arma, que também não foi obedecida, ele investiu contra a equipe, que respondeu efetuando um disparo na região do tórax.
Os policiais constataram que ele ainda apresentava sinais vitais e, devido à localização rural e à falta de sinal telefônico, foi necessário transportá-lo na viatura até o pronto-socorro. Ao chegar, a equipe médica constatou que o suspeito estava em óbito.
Ontem, a Polícia Civil de Mato Grosso divulgou a identificação do suspeito que estava foragido. No dia dos fatos, Regina foi levada pelo próprio autor do crime a uma unidade de pronto atendimento de saúde em Sinop. Na ocasião, Fábio relatou aos atendentes da UPA que sua companheira havia tentado suicídio ateando fogo em si mesma. Em seguida, ele fugiu.
A vítima foi levada ao hospital de Sinop e, após constatarem que a unidade não possuía recursos para tratar a gravidade das lesões da vítima, ela foi transferida à unidade especializada em tratamento de queimados, em Cuiabá, no 21 de setembro. Regina foi a óbito na mesma noite.
Contudo, no dia seguinte, a Polícia Civil em Sinop foi comunicada pela filha da vítima que se tratava de um crime e não uma tentativa de suicídio. A filha de Regina contou que não era a primeira vez que o suspeito agredia a vítima, inclusive, já havia batido nela usando uma arma de fogo e lhe arrancou os cabelos dela com a mão. O autor do crime também teria dito à vítima que não aceitaria a separação.
Em virtude do local onde ocorreu o fato, Ipiranga do Norte, pertencer à área atendida pela Delegacia de Sorriso, a unidade instaurou investigação para apurar o que ocorreu com a vítima e constatou que se tratou de um crime de homicídio qualificado. O delegado Bruno França Ferreira detalhou que as investigações demonstraram que o suspeito possui um longo e violento histórico de desprezo pela condição do sexo feminino. “Os elementos de informações colhidos durante as diligências demonstraram que a vítima foi morte de forma brutal e covarde, com emprego de fogo e sem possibilidade de defesa”, destacou.
Um dos depoentes ouvidos pela Polícia Civil afirmou que, na data do crime contra Regina, após uma discussão do casal, ele se aproximou de um galão de gasolina que estava do lado deles e, em seguida, jogou o combustível nela e acendeu um isqueiro. A testemunha se aproximou de Regina e jogou água para apagar o fogo enquanto o autor do crime olhava a vítima agonizando no chão.
Na sequência, enquanto seguia com a vítima para Sinop, o homem teria coagido a testemunha para que não relatasse os fatos à polícia, dizendo: “você vai falar que ela foi acender o fogão e explodiu nela, porque eu já tenho problema com a justiça e isso pode me complicar mais”.
