A família do jovem Gabriel de França Costa, de 20 anos, enlutada pela perda do filho, informou à imprensa que desacredita da versão apresentada pela Polícia Militar de Sorriso, sobre a morte do rapaz. Na noite de domingo (23), Gabriel e um amigo fugiram de uma abordagem da PM, que apontou que Gabriel teria “apontado uma arma de fogo contra a guarnição e portava uma porção de maconha”.
O amigo de Gabriel fugiu e correu para a casa do seu pai, que fica próxima do local da abordagem. Ele acabou preso pela PM por desobediência e levado para a delegacia. No outro dia, foi liberado. Segundo ele, Gabriel fugiu da guarnição porque sua motocicleta estava com documentos atrasados e escapamento barulhento.
“Tinham muitas testemunhas e ninguém viu arma no local, tanto que essa arma foi chegar na delegacia no domingo de manhã. Na esquina há um clube de festa e todo mundo viu, mas ninguém quer [falar]. Até faço um apelo que se alguém quiser ajudar com imagem ou dando depoimento eu agradeço muito porque meu filho era um moleque que nunca fez nada de errado para ninguém e a forma como ele foi morto foi injusta. Ele foi executado praticamente”, disse o pai de Gabriel, Vilmar Costa, que trabalha com serviços gerais.
A família de Gabriel disse que o jovem era tranquilo, trabalhador e que nunca tinha se envolvido com qualquer tipo de crime, sem ficha criminal. A mãe, dona Eliane, perdeu seu companheiro. Gabriel é o terceiro filho de 4 irmãos e morava com o pai e a mãe. O jovem, segundo a família, estava trabalhando em turno dobrado para juntar dinheiro e regularizar a situação da motocicleta, que era sua paixão.
“Eu não gosto nem de lembrar disso. Eu me arrependo muito de não ter ficado muito próximo dele, mas ele sempre foi de boa, mas eu poderia ter aproveitado mais perto dele”, disse um dos irmãos de Gabriel, que foi sepultado na segunda-feira (24).