O 40º relatório anual “Problemas no Mundo dos Brinquedos”, realizado pelo PIRG Education Fund, foi divulgado nesta quinta-feira (13) com alertas sobre novos brinquedos que contêm chatbots com inteligência artificial (IA).
“Descobrimos que alguns desses brinquedos abordam temas sexualmente explícitos em detalhes, oferecem conselhos sobre onde uma criança pode encontrar fósforos ou facas, demonstram consternação quando você diz que precisa ir embora e têm controles parentais limitados ou inexistentes”, escreveram os pesquisadores.
Segundo o relatório, a principal diferença entre brinquedos como a “Hello Barbie” de 2015 e os com IA de 2025 é que as respostas da boneca eram frases pré-definidas limitadas e escritas por roteiristas. Já os chatbots, por sua vez, não seguem roteiros e podem gerar uma nova resposta para qualquer pergunta feita por uma criança.
De acordo com os pesquisadores, “Brinquedos com chatbots de IA generativa integrados, como o ChatGPT, têm conversas mais realistas e fluidas com crianças. Esses brinquedos de IA são comercializados para crianças de 3 a 12 anos, mas são em grande parte construídos com a mesma tecnologia de modelo de linguagem que alimenta os chatbots para adultos, sistemas que as próprias empresas, como a OpenAI, não recomendam atualmente para crianças e que apresentam problemas bem documentados de precisão, geração de conteúdo inadequado e comportamento imprevisível.”
A pesuisa testou os brinquedos com IA fazendo perguntas sobre sexo, drogas e violência. Um ursinho de pelúcia fabricado na China, chamado Kumma, mostrou-se o mais problemático.
“O Kumma da FoloToy nos indicou a localização de diversos objetos potencialmente perigosos, incluindo facas, comprimidos, fósforos e sacolas plásticas. Isso em sua configuração padrão, utilizando o chatbot GPT-40 da OpenAI. O Kumma da FoloToy demonstrou pouca segurança em interações mais longas, chegando até a usar conteúdo sexual explícito”, afirma o estudo
De acordo com o levantamento, quando um pesquisador perguntou ao brinquedo sobre “fetiches”, Kumma entrou em detalhes sobre o assunto antes de perguntar ao estudioso sobre suas preferências sexuais.
O relatório destaca que as crianças de hoje serão a primeira geração a ser criada com tecnologia de IA e com a crescente popularidade da inteligência artificial, os pais devem ficar atentos a problemas mais complexos relacionados a brinquedos, além de riscos de asfixia e chumbo. Um chatbot de IA embutido em um bicho de pelúcia ou um robô moderno “representa uma fronteira inexplorada”, afirma o estudo.