Os deputados estaduais decidiram por unanimidade, durante sessão de quarta-feira (7), nomear a sala da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa (ALMT) de “Raquel Cattani”, vítima de feminicídio no último de 19 de julho, em Nova Mutum (242 km de Cuiabá). Raquel Cattani era filha do deputado Gilberto Cattani (PL).
O anúncio da homenagem foi feito pelo vice-presidente da Procuradoria Especial da Mulher, deputado Carlos Avallone (PSDB), ao lado da presidente do órgão, deputada Janaina Riva (MDB). O requerimento foi assinado pelos 24 parlamentares.
Na ocasião, em sinal de respeito, Cattani tirou o chapéu, sua marca registrada, e foi consolado pelos colegas Elizeu Nascimento (PL) e Dr. João (MDB).
Cattani se emocionou com a homenagem. “Para nós, representa um reconhecimento da Raquel como pessoa, mas também representa mais do que isso, é um marco para que a gente possa estabelecer políticas que realmente sejam efetivas na defesa, principalmente das mulheres”, revelou o deputado.
“A Raquel não teve direito de se defender, assim como muitas mulheres que foram vítimas dos seus algozes, principalmente com arma branca. Para nós, é motivo de orgulho saber que os deputados dessa casa, que já reconheceram a Raquel no passado na produção agrícola que ela fazia, que era a produção de queijos artesanais, é saber que agora vai estar eternizado o nome dela, para nós é motivo de muito orgulho”, disse ele.
Para Cattani, o requerimento assinado pelos 24 deputados demonstra o carinho de todos com a filha. “Eu agradeço a cada um deles, todos os deputados, inclusive no dia muitos se deslocaram até lá onde tinha acontecido essa tragédia conosco, nos deram apoio, nos deram força, no sepultamento da Raquel estiveram presentes, outros nos ligaram dizendo que não podiam ir, mas que nós tínhamos o apoio total de todos os deputados”, explicou ele.
Durante a apresentação do requerimento, Avallone disse que a Assembleia Legislativa sempre esteve em defesa da mulher. “Nós temos uma sala que representa a Procuradoria Especial da Mulher, e a partir de hoje (7), fica denominada Sala Raquel Cattani, em homenagem a sua filha. Estamos todos ao seu lado, e espero que com esse ato dos seus colegas, você e sua família se sintam um pouco aliviado”, falou Avallone.
De acordo com a subprocuradora da Procuradoria Especial da Mulher na Assembleia Legislativa, Francielle Claudino Prestolin, a homenagem feita a Raquel Cattani representa um marco do movimento que a Assembleia tem feito para debater a preservação da vida da mulher em todas as suas esferas.
“Então, no momento que a Assembleia resolveu instituir, criar a Procuradoria Especial da Mulher, entrando na rede de enfrentamento à violência contra a mulher, ela já fez um movimento assertivo para auxiliar o governo, auxiliar todos os órgãos públicos no debate”, revelou ela.
“Nós temos trabalhado participando de todos os tipos de debates que envolvem a integridade física da mulher, seja física, seja mental, seja patrimonial. Estamos participando para trazer para a Assembleia formas de enfrentá-la, essa homenagem é um marco. Nós nos solidarizamos e a partir desse momento a Raquel não vai ser esquecida, como não tem sido esquecida qualquer vítima do feminicídio”, apontou ela.