Muitos temem que o Brasil repita os erros da Venezuela. Ver como a Venezuela está hoje pode ser um sinal para os brasileiros. Em alguns aspectos, as histórias dos dois países se assemelham.
A Venezuela vive uma trágica realidade, faltam alimentos, o povo busca fugir da ditadura que comanda o país e a crise econômica piora diariamente.
A Venezuela, um país repleto de riquezas naturais e com grande potencial econômico, vive uma de suas piores crises da história. Essa crise afeta diversos campos: políticos, sociais, econômicos.
Segundo a página da South American Initiative, a Venezuela precisa urgentemente de apoio financeiro. Crianças morrem todos os dias no país vítimas da desnutrição ou até do abandono parental, uma vez que os pais são incapazes de alimentar todos da família.
A iniciativa filantrópica acusa o país de promover um “Holocausto moderno”. Boa parte da população vive com apenas um salário mínimo na Venezuela. Com a atual crise econômica, esse dinheiro não compra mais que um pente com 24 ovos ou um quilo de queijo.
As bolsas de comida fornecidas pelo governo atendem a apenas um terço da população e entregam uma dieta baseada apenas em arroz e mandioca.
Os hospitais não têm estoque de medicamentos básicos. Em meio a todo esse caos, o presidente Nicolás Maduro fechou as fronteiras do país e recusou toda ajuda humanitária enviada por diversos países vizinhos.
O ditador alegou que a ajuda humanitária era um pretexto para o “imperialismo norte americano”.
Para fugir da fome, muitos venezuelanos abandonam o país.
Hugo Chávez fundou o Movimento V República (MVR) em 1997, uma aliança partidária de esquerda que lhe deu suporte para disputar a presidência.
Criticando a “elite governante corrupta e falha” e prometendo combater a injustiça social com as riquezas do petróleo, Chávez foi eleito com 56% dos votos.
O novo presidente vendeu uma imagem de democrata, afirmou até que entregaria o poder em menos de 5 anos. Uma vez no poder, Hugo Chávez passou a reformar suas instituições para nunca mais sair do governo:
em 1999, criou um referendo para aprovar uma Assembleia Constituinte, 70% da população aprovou;
em apenas 100 dias uma nova constituição surgiu, o país passou a se chamar República Bolivariana da Venezuela;
nas eleições da Constituinte, os apoiadores de Chávez conquistaram a maioria dos assentos;
em 2002, Hugo Chávez foi reeleito, ao mesmo tempo, grupos militares se articularam para destituí-lo do poder;
o movimento foi derrotado e milhares de apoiadores do presidente tomaram as ruas. Sob pretexto de um golpe, Chávez acentuou o radicalismo de seu governo.
Oposicionistas foram exilados, dentre eles políticos e juízes que ocupavam cargos importantes. O ditador criou a Milícia Nacional Bolivariana para defender a revolução.
Outras ações foram tomadas para concentrar o poder: Chávez fechou a principal emissora do país, reformou a estatal petrolífera e reformou a Suprema Corte venezuelana, aumentando o número de juízes de 20 para 32. Todos os novos magistrados eram fiéis bolivarianos.
Em 2004, a empresa Smartmatic foi contratada para fornecer a tecnologia do processo eleitoral da Venezuela. Essa empresa é a mesma que fornece as urnas eletrônicas das eleições brasileiras.
A oposição tentou se opor à automatização e não participou do pleito legislativo. Sem qualquer oposição, os bolivarianos tomaram completamente o poder legislativo.
À medida que Chávez acumulava poderes, empresários e investidores deixavam o país. A economia piorava. Sob o pretexto de combater a inflação, uma estatal passou a controlar a venda de dólares e autorizar as importações.
Com o foco das exportações no petróleo, Chávez não desenvolveu a agricultura e a indústria de seu país.
A maior parte dos alimentos tinham que ser importados. As indústrias foram nacionalizadas e algumas foram expropriadas, assim como propriedades rurais.
Crises de abastecimento tomaram o país. Alimentos e produtos essenciais se tornaram escassos.
Em março de 2013, Maduro foi eleito em outra eleição que foi acusada de fraude, com o processo novamente sendo organizado pela Smartmatic.
O processo de socialização da economia devastou a Venezuela produzindo uma crise social sem precedentes. Havia desabastecimento frequente já na época de Chávez e agora essa crise aprofundava.
A população, sem emprego e sem comida, iniciou um êxodo. Assim tentavam fugir para os países vizinhos. Internamente, Maduro redobrou a repressão contra os opositores políticos.