O diretor técnico do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), Renan Tomazele, e integrantes da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV) da autarquia apresentaram aos representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) os resultados dos dez anos de trabalhos realizados pelo ‘Programa Estadual de Erradicação de Amaranthus palmeri’. Criado em julho de 2015 pelo Indea, o programa visa conter e erradicar a planta daninha Amaranthus palmeri, praga que se alastra facilmente em áreas cultivadas com soja e algodão, competindo por água e nutrientes com a lavoura, causando perdas de produtividade e dificuldades na colheita, além de ser resistente a determinado grupo de herbicidas.
Na reunião, realizada na sede administrativa do Indea na manhã de ontem (22.07), em Cuiabá, foi apresentado o atual cenário e as ações contínuas que Mato Grosso tem realizado no programa. Atualmente a planta infestante está presente em oito dos 142 municípios do Estado, com ocorrência em 35 propriedades rurais.
“A nossa equipe de campo realiza inspeções para monitoramento e quando encontrada plantas de palmeri notifica para destruição e orienta o produtor quanto aos cuidados que ele precisa adotar tanto para evitar a dispersão em sua propriedade, como a disseminação para outras localidades”, explica Renan Tomazele.
Em 2022 o Indea realizou 213 inspeções nas áreas com foco de Amaranthus palmeri. No ano seguinte esse número saltou para 420, e em 2024 foram 447. Neste ano já foram 187 inspeções até segunda-feira (21.07).
“A semente do Amaranthus palmeri pode permanecer viável germinativamente por até 12 anos e, portanto, é uma planta de muito difícil controle. Mato Grosso já reduziu drasticamente a população onde ela está presente, e é nítida que a infestação dessa praga hoje é bem menor do que nos anos anteriores”, comenta o servidor do Mapa em Sorriso, Omar Silveira.
Uma das alternativas apontadas pelo Indea e Mapa que evita a dispersão da praga é a limpeza das máquinas colhedoras, tanto de soja quanto de algodão. “Nas colhedoras ficam resíduos que podem conter sementes de Amaranthus palmeri, e assim durante o seu deslocamento causar a disseminação da praga” explica Renan Tomazele.
Na reunião de apresentação de resultados participaram também os engenheiros agrônomos do Indea Rogaciano Arruda, João Batista e Eunice Aquino. Do Mapa também estiveram presentes Alzira Catunda e Sidnei Cruz.