Estimativa aponta que MT tem cerca de 30 mil faccionados

Crédito: Divulgação

Estimativa divulgada pelo desembargador Orlando Perri aponta que Mato Grosso tem cerca de 30 mil pessoas vinculadas a facções criminosas. O número é composto tanto por faccionados presos como por familiares que também integram os grupos criminosos.

Em entrevista, o desembargado apontou que o principal desafio no sistema penal é a ressocialização. Essa reintegração com a sociedade é dificultada pela ação das facções criminosas.

Ao longo da coletiva, Perri citou que os egressos que passam por capacitação antes de serem soltos têm maior chances de se reintegrarem. Contudo, tanto o trabalho durante o período de detenção quanto o estudo são dificultados pelas facções.

Segundo o magistrado, os reeducandos que iniciam processos de capacitação e estudo são obrigados a “rasgar” a camiseta da facção. Esse ato, além de fazer com que muitos se sintam vulneráveis dentro do sistema penal, retira o apoio que os grupos criminosos dão às famílias fora dos muros das prisões.

Neste sentido, Perri apontou que os detentos que ingressam nas facções também colocam suas famílias para operar para os grupos. Exemplo disso, conforme destacado, pode ser visto no grupo de reeducandas, cujo maior porcentual é composto de mulheres presas por tráfico de drogas ligadas a facções.

“Quando um preso se alista a uma facção criminosa, ele se alista e arrasta toda a família dele. Estima-se que temos no estado de Mato Grosso mais de 30 mil pessoas faccionadas”, disse o magistrado.

“Não por outra razão, o maior número de presas que temos são exatamente daquelas que têm os seus maridos faccionados, que tiveram que cumprir obrigações com as facção criminosas. Mais de 90% das nossas presas estão recolhidas por tráfico de drogas, porque foram muitas vezes coagidas a levar drogas para outras estados ou para os próprio presos”, acrescentou.

Contraponto

Solução encontrada pelo Judiciário para diminuir o índice de reincidência dos reeducandos no crime foi a capacitação para o mercado de trabalho.

Dados do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF) demonstram que, quando inserido em projetos de ressocialização, o reeducando ou egresso do sistema prisional dificilmente retorna ao crime.

Em Mato Grosso, o índice de reincidência entre os que encontraram uma oportunidade de emprego gira em torno de 2%.

De acordo com o supervisor do GMF, desembargador Orlando Perri, o alto índice de reincidência acontece entre pessoas que, ao deixar o sistema prisional, não encontraram apoio para recomeçar.

“Sem emprego, sem alternativas, acabam retornando à atividade criminosa, daí a importância das políticas voltadas para a ressocialização”.

Autor: Gazeta Digital

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